“A prova vai ser dissertativa ou de múltipla escola?”. Quem é o
aluno, às vésperas de uma prova, que nunca se inquietou sobre como seria
avaliado? Em carteiras enfileiradas, sem poder mexer o pescoço para o
lado: ameaça de “pesca” ou “cola” (a depender de onde o aluno venha)!
Mas serão apenas essas as únicas formas de avaliar o aprendizado dos
estudantes? Não! É o que apontam especialistas, que vêm trazendo outras
alternativas para que professores se atentem a outras ferramentas de
medição – especialmente às da vida real. Por exemplo, uma maratona ou um
concurso de dança poderiam valer créditos à disciplina de educação
física ou então um trabalho voluntário no bairro valer como nota para a
disciplina de estudos sociais ou língua portuguesa.
Confira então oito dicas que podem ajudar esses educadores sobre como
avaliar os estudantes sem ser por meio de testes padronizados.
1. Games
Mais e mais jogos estão sendo criados não apenas como uma forma de
entretenimento. Os games educativos, por exemplo, permitem aos alunos
que aprendam o tempo inteiro enquanto jogam, na medida em que vão
passando de fase –ao contrário de uma prova tradicional. Cada estudante
tem seu próprio ritmo de aprendizagem, o que traduz o grau de cada um.
Um bom exemplo é o Manga Hi e os games que estão sendo desenvolvidos pela Tamboro, empresa brasileira que se dedica exclusivamente à criação de jogos educativos.
2. Desafio
Por que marcar X numa prova, se na vida real somos avaliados de
acordo com aquilo que fazemos e as atitudes que tomamos? Não é raro
escutar por aí que, em vez dos clássicos testes de múltipla escolha, os
professores deveriam avaliar seus alunos a a partir de desafios da vida
real. Essa modalidade de avaliação funciona assim: o professor dá uma
missão para o aluno e ele, com as habilidades que vem desenvolvendo na
escola, precisa resolvê-la. Essa missão pode ter inúmeras
características.
Nos EUA, a startup Rad Matter
serve como uma vitrine para que os alunos mostrem seus talentos a
empresas que estão buscando jovens profissionais. A cada contato entre
empresa e aluno, uma missão é dada e o aluno é desafiado a conclui-la.
Na escola, o desempenho dos alunos nessas missões podem ser considerados
para compor sua nota na disciplina mais cabível.
No Brasil, um iniciativa está levando alunos da periferia de São Paulo a praticar esportes radicais,
como escalada ou Le Parkour. A intenção é fazê-los sair de suas zonas
de conforto e desenvolver regras de convivência, trabalho em equipe e
autoconhecimento
3. Badges e pontos
Os badges (em um paralelo simples, como se fossem medalhas dos
escoteiros) vêm se popularizando como um mecanismo de recompensa em
jogos casuais e redes sociais como foursquare.com – na qual o usuário
faz um check-in e, por isso, ganha pontos a cada lugar em que marca onde
está. Transportados à educação, os badges podem ser usados para
demonstrar a conclusão (bem sucedida) de uma atividade. Um exemplo disso
é o Codecademy,
site que ensina aos estudantes a programar. E a cada nível de
codificação que avançam, eles vão recebendo badges e ganhando pontos.
4. Trabalhos reais
Outra forma de avaliação é o incentivo aos estudantes para que saiam
para fora da sala de aula e realizem trabalhos de verdade. Na Catherine Ferguson,
nos Estados, escola dedicada a adolescentes grávidas ou que já se
tornaram mães, parte do currículo das alunas é composto por trabalhos
bem mão na massa, como como ajudar a construir casas, nos bairros
vizinhos, para colegas que não têm onde morar.
5. Lideranças virtuais
Estudantes mundo afora estão realizando trabalhos incríveis… Mas não
na escola. Eles estão fazendo vídeos virais, escrevendo textos ou
publicando seus próprios blogs etc. Considerado um paradigma atual, o
problema é muitas escolas ainda não entenderam que podem contar com a
internet e as tecnologias móveis para potencializar o talento de seus
alunos. O que acaba acontecendo é que o mundo da escola e o virtual
ficam totalmente separados e muitos talentos deixam de ser valorizados.
Um exemplo que ilustra isso é o caso da menina Isadora Faber, que criou
um blog para denunciar os problemas de sua escola e inspirou inúmeros Diários de Classe no Brasil. Já em uma matéria apresentada pelo Porvir, é possível saber como professores devem lidar com jovens talentosos. O que os alunos fazem no universo virtual podem e devem ser considerados nas disciplinas de comunicação e expressão.
6. Talentos
Ao contrário dos pontos oferecidos apenas para as atividades
realizadas na escola, por que não oferecê-los para atividades realizadas
também para além da sala de aula? Por exemplo, uma maratona, um
concurso de dança ou um torneio de vôlei poderiam valer pontos na
disciplina de educação física; um diário de bordo, a partir de uma
viagem, poderia valer para créditos em estudos sociais; um recital, para
ganhar nota na disciplina de música. Essas seriam situações em que a
avaliação não vem da escola, mas do cotidiano desses jovens, do mundo
real deles.
7. Personalização
A avaliação precisa ser personalizada ao aluno, não padronizado para o
sistema. Plataformas vêm surgindo para trabalhar de maneira individual o
ensino. A Knewton,
por exemplo, é uma das mais importantes do mundo. O ambiente virtual
entrega o conteúdo aos alunos de diferentes formas e lhes propõe
atividades ou exercícios, de acordo com o desenvolvimento de cada um.
8. Portfólios virtuais
Os portfólios virtuais podem ser uma boa opção para que os estudantes
reúnam suas produções – sejam músicas, desenhos, textos, vídeos etc.
Esses materiais podem ser hospedados em um blog, na intranet da
faculdade e da escola ou até mesmo em programas gratuitos adotados pelo
professor para compartilhamento de arquivos. Uma plataforma nova que
pode ajudar os alunos a construírem seus portfólios é a Knowit App. O Porvir escreveu
uma matéria sobre como os blogs, que podem ser usados como portfólios
online, são boas ferramentas para melhorar a escrita dos alunos e também
ajudam professores a trabalhar temas como uso de mídias sociais,
cidadania digital e direitos autorais.
Com informações do The Innovative Educator
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