http://www.estadao.com.br/ noticias/geral,so-2-dos- professores-usam-tecnologia, 1035211,0.htm
24 de maio de 2013 | 9h 40
DAVI LIRA - Agência Estado
Mesmo
tendo acesso a computadores com conexão à internet no trabalho e em casa, apenas
2% dos professores brasileiros da rede pública urbana usam a tecnologia como
suporte em sala de aula. E os que usam se limitam - na maior parte do tempo - a
ensinar a alunos como utilizar o computador, em vez de desenvolver práticas
pedagógicas.
As
constatações fazem parte da pesquisa TIC Educação 2012, divulgada, na
quinta-feira, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) - entidade
oficial que coordena serviços da web no País. Para chegar a esses indicadores,
foram entrevistados pessoalmente 1.236 professores de mais de 570 escolas
públicas de todas as regiões do Brasil, escolhidas aleatoriamente.
O
estudo mostra que 92% dos docentes da rede pública já têm conexão à internet em
casa. Praticamente todos os professores (99%) são considerados usuários em rede,
ou seja, usaram a internet pelo menos uma vez nos últimos três meses. Na escola,
a realidade de acesso é semelhante. Quase todas as unidades têm ao menos um
computador. Nas escolas que dispõem do equipamento, 89% possuem acesso à
internet.
"O
primeiro passo está sendo dado: existe o acesso. Falta agora usar a tecnologia
de forma qualitativa, para melhorar a educação", afirma Alexandre Barbosa,
gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação
(Cetic.br), unidade vinculada ao CGI.br que realizou a pesquisa.
Raro
A
professora Diana Mendes, de 36 anos, que trabalha há 12 na rede municipal de São
Paulo, diz que nem sempre é possível usar a tecnologia na rotina das aulas. "As
salas de informática podem até ser superbem equipadas e bacanas, mas as turmas
só têm acesso a elas uma hora por semana", conta Diana.
O
uso esporádico também é relatado pela aluna da rede estadual paulista Valéria
Lage, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio da Escola Maria Juvenal Homem de
Melo, no Grajaú, zona sul. "Os professores usam de vez em quando - de uma a duas
vezes por semestre - o netbook e o projetor. Com o projetor, é mais fácil
entender a aula."
Políticas.
Para Priscila Gonsales, diretora do Instituto Educadigital, faltam políticas
públicas específicas para um melhor uso da tecnologia nas escolas. "Não adianta
só comprar equipamentos."
Em
São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação espera melhorar a qualidade da
conexão - um dos problemas identificados no estudo. "Efetuamos a troca de
maquinários obsoletos e esperamos até o fim do ano aumentar a velocidade de
internet das escolas", afirma Jane Reolo, coordenadora de Informática Educativa
da cidade.
Procurada,
a Secretaria Estadual de Educação informou que a rede paulista dispõe de
computadores e acesso à internet e seus docentes recebem orientação contínua
para o uso pedagógico de tecnologia. Já o Ministério da Educação afirmou que,
com o programa Banda Larga nas Escolas, de 2008, 60 mil escolas públicas vêm se
beneficiando da "ampliação periódica de conexão em alta velocidade". O MEC cita
iniciativas como o Portal do Professor, que oferece "recursos educacionais com
grande potencial". As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário